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De bicicleta na Ciclovia da Marginal Pinheiros

A impressão de quem chega é que você está entrando em uma espécie de quartel general para bicicletas: um portão de grades metálicas e uma guarita controlam o acesso. Aceno para o funcionário que me olha de dentro do vidro e ele permite minha entrada para a as escadas.

Depois de encaixar os pneus em uma estreita canaleta de auxílio, escalo com a bike todos os degraus e ao final deles uma boa surpresa: a Marginal Pinheiros do alto! Quem não é acostumado com sua vista panorâmica, pode se encantar com o incontável número de carros que passam com velocidade e se perdem na extensão da pista, limitada num horizonte de viadutos. Olhando de cima, os carros, as pistas largas e o rio sufocado na poluição, enchem o espírito cosmopolita de qualquer ciclista de asfalto.

Ao final da passarela, antes de chegar finalmente à ciclovia, fico um pouco receosa: o passeio não cheira nada bem! E, ao julgar pela razão das narinas, a ciclovia da Marginal Pinheiros parece, num primeiro momento, um mico.

Mas tão logo desço as escadas da passarela, logo no ponto de partida (infelizmente a ciclovia conta apenas com 2 pontos de acesso) vejo vários capacetes, coloridos, ávidos por espaços quase sempre disputados com os carros nas vias regulares. Quem já sentiu o chiado do freio do ônibus ou uma buzinada de um taxista impaciente pressionando o seu pedal, certamente vai sorrir. Enfim vias livres!

Com o tempo bom ou sem chuvas na semana, depois de alguns giros, o odor desagradável vai diminuindo ao longo do caminho. Em alguns locais esse cenário pode mudar, mas de modo geral os 14 quilômetros da ciclovia te aguardam com bons ares.

O percurso conta com pontos de apoio para ciclistas com bancos para descanso, válvulas de encher pneus, bebedouros e até sprays, que são bem úteis nos dias de calor.

O trem que acompanha a paisagem não impede de perceber que São Paulo muda de cores e formas: quanto mais longe se alcança, mais baixos ficam os prédios, menos urbanizada é a paisagem.

Quem não usa bermuda acolchoada, não tem selim confortável ou suspensão na bike, pode se descontentar com as lombadas. Aliás, não encontramos razões óbvias até a conclusão deste post para a ciclovia contar com lombadas!

Além das lombadas, placas indicando a existência de capivaras (das quais encontramos somente rastros de cocô na pista) e placas solicitando a redução de velocidade nos dias de chuva, fazem parte do contexto curioso da ciclovia.

Os olhos podem se perder em linha reta. Um som no ouvido, a perna solta para girar e girar e girar. Talvez algo parecido com paz e algum mau cheiro. Famílias, speedys velozes, pessoas de todas as idades. Eu respiro fundo até onde o ar impuro me deixa : ai se toda a cidade pudesse ser assim…

Ciclovia Marginal Pinheiros

Horário de funcionamento – Diariamente das 6:00 5:30 às 18:00 18:30 horas.

A entrada pode ser feita pela estação Vila Olímpia da CPTM ou nas proximidades da estação Jurubatuba (Zona Sul) e também na Av. Miguel Yunes, na estação Santo Amaro e na Ponte Cidade Universitária. Fonte: CPTM (Atualização em 23 de Abril de 2013).

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